| Por Raphael Pellegrini |
Escrito pelo atual membro da cadeira 28 da ABL, Domício Proença Filho, que reúne sob a sua assinatura diversas obras voltadas para o universo machadiano, como a seleção de um conjunto de contos (Machado de Assis: Melhores Contos), a fala de Capitu surgiu como um presente para amantes de Dom Casmurro. Eu amo de paixão aquele livro e afirmo que ouvir um pouco mais da história por outra voz foi muito gostoso.
Logo de início, Capitu deixa bem claro o seu diálogo com dois personagens machadianos bem conhecidos de todos, Brás Cubas – principal incentivador desta demanda – e Quincas Borba, que aplicará o seu humanitismo a diversos momentos da narrativa. A defunta também deixa nas entrelinhas que seu eterno amado marido deve estar descansando sua pena rabugenta em outro espaço celeste, provavelmente bem longe dela.
Durante toda a obra, Capitu citará toda uma teia de argumentos plausíveis para se defender de todas as alfinetadas feitas pelo marido enciumado, que em certo momento receberá o brilhante apelido de Bento Santo-Iago. Dessa forma, todo o texto torna-se bastante interessante, pois atrela toda a crítica atual da obra (que coloca o narrador como o principal criador de todo o drama do livro) a alguns fatos inventados pelo autor.
No entanto, apesar de o livro possuir um ritmo de leitura muito bom, o autor peca por repetir excessivamente trechos do livro de Machado, tornando, nesses pontos, a leitura tediosa. Provavelmente o seu intuito era alcançar o público que não tenha lido o texto do Casmurro, porém pareceu se esquecer dos leitores mais próximos do advogado ciumento.
Apesar disso, o livro é maravilhoso. Vale ressaltar que Capitu usa e abusa da liberdade pós-morte, levando o leitor a saborear um pouco a “vingança” feminina com suas brilhantes tiradas, que colocam Bentinho em maus lençóis.
Capitu: Memórias Póstumas é uma obra de grande interesse a todos que leram Dom Casmurro e perceberam que não bastava olhar para o narrador apenas como um velho traído por sua esposa, mas sim como um homem amargurado e frustrado que não consegue recriar o mesmo ambiente de sua infância. Rende boas risadas e uma sensação de justiça para quem não acreditava totalmente em Bentinho, aquele ranzinza paranoico.
Durante toda a obra, Capitu citará toda uma teia de argumentos plausíveis para se defender de todas as alfinetadas feitas pelo marido enciumado, que em certo momento receberá o brilhante apelido de Bento Santo-Iago. Dessa forma, todo o texto torna-se bastante interessante, pois atrela toda a crítica atual da obra (que coloca o narrador como o principal criador de todo o drama do livro) a alguns fatos inventados pelo autor.
No entanto, apesar de o livro possuir um ritmo de leitura muito bom, o autor peca por repetir excessivamente trechos do livro de Machado, tornando, nesses pontos, a leitura tediosa. Provavelmente o seu intuito era alcançar o público que não tenha lido o texto do Casmurro, porém pareceu se esquecer dos leitores mais próximos do advogado ciumento.
Apesar disso, o livro é maravilhoso. Vale ressaltar que Capitu usa e abusa da liberdade pós-morte, levando o leitor a saborear um pouco a “vingança” feminina com suas brilhantes tiradas, que colocam Bentinho em maus lençóis.
Capitu: Memórias Póstumas é uma obra de grande interesse a todos que leram Dom Casmurro e perceberam que não bastava olhar para o narrador apenas como um velho traído por sua esposa, mas sim como um homem amargurado e frustrado que não consegue recriar o mesmo ambiente de sua infância. Rende boas risadas e uma sensação de justiça para quem não acreditava totalmente em Bentinho, aquele ranzinza paranoico.
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