Quando conheci o Nihils, eu era um jovem assinante do Deezer (adoro promoções de serviços de streaming) e adorava fazer aquela busca por artistas semelhantes. Diferentemente do Spotify, o Deezer – pelo menos naquela época – me oferecia relações bastante inesperadas, e uma delas foi uma banda chamada Nihils. Só para ter dimensão do quão desconhecida a banda era, na página da banda no serviço de streaming havia apenas 16 mil curtidas. Em comparação com Arctic Monkeys (2.449.987), parecia que só a galera do bairro deles curtiu a banda. Mas é aquilo, se colocar junto de Hey, Violet e One Night Only, eles até estão na média de indies...
Naquela época, acredito que por volta de 2014 ou 2013, a banda tinha um disco bem, mas bem fraco – que eu adorava, mas que reconhecia ser... fraco. Porém, havia um single que prometia, o que me fez ter esperanças em relação a eles.
Bom, como toda banda indie, tudo demora muito para sair, e quando se trata de uma banda alemã bem pequena que canta em inglês, foi bastante difícil conseguir informações que não aquelas compartilhadas pela página de Facebook deles. Ah, além disso, ainda havia o problema de algumas postagens serem em alemão!
Apesar de tudo isso, o que importa é que agora
tudo são flores, ou melhor, Perspectivas, nome do muito, muito, muito, pra lá
de muito aguardado – por mim e Clara – do “primeiro” álbum da banda.
O álbum é composto de trinta e oito minutos “divididos” em duas partes bem distintas. A primeira é mais dançante e convidativa, a segunda, mais lenta, contemplativa e, em certos pontos, desinteressante. Porém, nos minutos finais, eis que surge mais uma canção bastante alinhada com os principais singles do disco.
O álbum é composto de trinta e oito minutos “divididos” em duas partes bem distintas. A primeira é mais dançante e convidativa, a segunda, mais lenta, contemplativa e, em certos pontos, desinteressante. Porém, nos minutos finais, eis que surge mais uma canção bastante alinhada com os principais singles do disco.
Are
you ready
For
another adventure
It's
through that door
Only
some enter
Se o disco inicia te convidando a
entrar nessa nova aventura rumo ao futuro, a sequência traz o sonho como tema.
Em Dreaming, Nihils abre a porta do sonho, que carrega consigo os pensamentos e
sensações sem controle. Traz aquilo que enterramos no fundo de nossas mentes
sob vigilância permanente de forma inocente e muitas vezes agridoce. A porta
foi aberta para novas sensações.
A
thought, a sense
With
no defense
Believed,
then it came true
Assim como em Put you back Together,
Dreaming traz uma vibe alternativa bem dançante – bom, pelo menos eu me remexo na cadeira quando escuto. Me faz lembrar um pouco o lado mais confete de Coldplay, resguardando
logicamente as proporções (não tem aquele Woo Hoo). Dreaming é, para mim, um tipo de música que toca em uma festa no momento exato que passo
pela porta de entrada, atravessando dois mundos totalmente diferentes. Do lado de fora, somente alguns sons indistintos, mas que funcionam como um aquecimento para o que te aguarda lá dentro. Dentro, um outro universo rege o espaço. Exatamente o momento de cruzar a fronteira entre esses dois mundos, estar dentro e fora da festa simultaneamente, é isso que Nihils me fez sentir: um convite para entrar na festa dos
sonhos mais profundos que tenho.
And
silently we keep on dreaming
And
silently we keep on dreaming
Se as duas primeiras faixas eram mais
confete e serpentina, em Like Father Like Son o clima fica com uma sonoridade
mais futurista. Talvez não seja esse o termo mais apropriado, mas o início da
música me faz pensar em tudo que envolve ficção científica e todas as possíveis
relações dela com a filosofia. É mais uma música animadinha, mas essa tem essa
melodia que me lembra tons de prata, linhas retas, quase o filme Eu, Robô,
aquele com Will Smith. Essa também é a primeira faixa que ainda não
conhecíamos, já que Put you Back Together e Dreaming foram lançados bem antes do disco em si.
Na sequência, mais dois singles:
Breathing e Not a Man a Violence, essa última minha preferida do disco. Para
mim, esse é o ponto alto do disco. Até aqui, ele me ganha de lavada e me faz
querer mergulhar nessa versão indie de Coldplay. Quase um rock inglês sem ser
inglês ou uma banda indie sem sintetizadores, maquiagem brilhante ou todo
aquele clima que retorna com força nesse novo Paramore de After Laughter.
When
the storm hits
I‘m
paralysed
My
life it flickers
As
lightning strikes (Breathing)
Há três músicas mais lentas que em alguns momentos trazem
para mim uma sensação de música eletrônica europeia chata: Haze, Prison e
Playing, que não me agradaram. Em compensação, All Over Again fecha muito bem o
álbum, com a mesma perspectiva de uma voz forte que inicia a música antes do
próprio instrumental. Esse mesmo recurso aparece em outras músicas da primeira
parte do disco, o que me agradou bastante. Talvez por retornar ao que gostei
anteriormente, All Over Again me ganha de volta.
Acredito que, como resumo geral da experiência com o disco, tenho
muitos bons motivos para permanecer firme acompanhando a banda, esperando por
novos singles e mais conteúdo sobre eles na internet. Como ponto positivo, vale
ressaltar que Not a Man a Violence, single do disco, foi lançada em setembro de
2015, e o disco só ficou pronto em abril de 2017. Ou seja, bastante tempo de
trabalho numa mesma estética e sonoridade.
Ainda implico com alguns pontos e principalmente com “a segunda
parte” do disco. Parecem feitas mais às pressas e não tem o mesmo cuidado dos
singles. Mas pelo menos o álbum saiu, e isso é o principal para uma banda
iniciante.
Que venham muitos outros discos, com Perspectivas diferentes!
Como não poderia deixar de mencionar, SAIU AFTER LAUGHTER, NOVO ÁLBUM DO PARAMORE! Semana que vem traremos um texto com as impressões do novo disco, assim como fizemos com Perspectives. Se alguém quiser escutar o novo disco totalmente anos 80, é só dar clicar no player do Spotify aqui embaixo.